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O Pouso Forçado do Home Office

O Pouso Forçado do Home Office

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Durante muito tempo, trabalhar em casa recebendo um salário parecia uma ideia que só se passava na cabeça de pessoas que caíam em anúncios falsos em sites questionáveis. E então, subitamente, o home office se popularizou na grande maioria os setores do mercado por causa da pandemia de covid-19. O trabalho remoto virou a principal maneira do empregador obedecer às regras de distanciamento social, e do funcionário de manter o emprego. Essa mudança foi sentida por todos os setores do mercado, e principalmente pelas pessoas que precisaram se acostumar com um novo ambiente de trabalho: a própria casa.

Algumas áreas, como a da TI, já estavam em processo de transição para o trabalho remoto. Ronaldo Andrade, analista de sistemas da CS-Consoft, conta: “Nós já experimentávamos trabalho Home Office. Não tive dificuldades. [...] Para as atividades técnicas, a presença física pode facilmente ser substituída pela virtual”. Outras pessoas tiveram um pouco mais de dificuldade. A mudança na rotina de uma empresa afeta múltiplos setores ao mesmo tempo, como diz Gisele Silva, gestora de projetos da Jambu Tecnologia: “[...] tinha experiência em acompanhar o trabalho de alguns colaboradores em home office, mas é a primeira vez que também participo deste processo. No início foi complicado por ser uma forma nova de trabalho em que toda a equipe estava inserida [...]. Intermediar a adaptação da infraestrutura, adaptar as minhas atividades e horários [...], não foi fácil.”
A adaptação não foi o único problema. É possível falar com uma pessoa do outro lado do mundo graças à comunicação digital, mas as nuances da interação presencial ainda são importantes no ambiente de trabalho. Sem a interação direta entre as partes, a atenção precisa ser redobrada. “Qualquer atividade laboral requer colaboração e interação entre as pessoas. Se próximas a dificuldade de comunicação já é grande, imagina distantes. Na empresa temos sentido um pouco isso, porque às vezes interpreta-se o que foi discutido virtualmente e executa-se de forma completamente diferente daquilo que se esperava”, afirma Ronaldo.


A área da educação também foi atingida de maneira inesperada, e professores precisaram se reestruturar suas aulas planejadas para o modelo online. Alguns educadores, como Aline Machado, da UFPA, não foram pegos de surpresa, e se mostraram preparados para educar à distância. “Há uns anos tive uma formação chamada "google for education" e lá os palestrantes ensinaram como usar as ferramentas do google. [...] Utilizo algumas ferramentas como o google meet, google forms e o google classroom, e o próprio Whatsapp”. Aline também defende a necessidade da presença física do professor: “creio que nenhuma ferramenta irá substituir as aulas presenciais. No entanto, no momento que estamos, elas [as ferramentas da Google] atendem minhas necessidades como professora”.

Para as atividades técnicas, a presença física pode facilmente ser substituída pela virtual.

Ronaldo Andrade, analista de sistemas

Tinha experiência em acompanhar o trabalho de alguns colaboradores em home office, mas é a primeira vez que também participo deste processo. No início foi complicado por ser uma forma nova de trabalho em que toda a equipe estava inserida [...]. Intermediar a adaptação da infraestrutura, adaptar as minhas atividades e horários [...], não foi fácil.

Gisele Silva, gestora de projetos

Creio que nenhuma ferramenta irá substituir as aulas presenciais. No entanto, no momento que estamos, elas [as ferramentas da Google] atendem minhas necessidades como professora.

Aline Machado, educadora
Apesar das dificuldades encontradas no início da implementação, o home office oferece vantagens tanto para a empresa quanto para o trabalhador. A mais óbvia é o horário de trabalho personalizado, outra é o custo de transporte, que cai pra 0. Outra vantagem, menos intuitiva, é a flexibilização de ideias. Ronaldo diz que “[...] as relações interpessoais no ambiente de trabalho ajudam na consecução de tarefas, no cumprimento de metas, etc. Por outro lado, o home office te dá liberdade pra pensar, compilar ideias, pesquisar mais”.

A quarentena e o lockdown causados pela pandemia do covid-19 forçaram mudanças drásticas no dia-a-dia de quase todo o mundo. Essas mudanças serviram como um período de experimentação para muitos negócios que se viam presos à imagem clássica do escritório de trabalho, e testar o home office foi uma oportunidade para reavaliar modelos de trabalho. A verdadeira magnitude dessas mudanças só será medida propriamente daqui a alguns anos, mas as impressões já estão presentes. Quando perguntada sobre preferir voltar ao trabalho presencial ou manter o home office, Gisele disse “Eu voto pelo Semipresencial, pois não perderíamos essa nova cultura, [...] mas também acho importante a interação. [...] Sinto falta da participação presencial, principalmente nos planejamentos e entregas”.

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